AULA 7 (VÍDEO) - A GRANDE GUERRA
No século XIX, as regiões da Ásia e da África eram disputadas entre grandes potências europeias como Grã-Bretanha, Alemanha, Rússia, França e outros países que dependiam da exploração dessas regiões para seu desenvolvimento econômico. Além dessas disputas territoriais, o nacionalismo foi muito importante na época, quando se tratava do desejo expansionista dos governos, que se utilizavam deste discurso para incitar na população o amor pela pátria e aumentar o número de alistados no exército, servindo também para unir nações.
As potências europeias fizeram acordos entre seus exércitos formando a Tríplice Aliança, composta por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália, e a Entente Cordiale, formada por Inglaterra, França e Rússia. Nesse tempo ocorreria o período chamado de "Paz Armada", onde essas potências da Europa entravam em uma forte corrida armamentista, gastando grande parte de seu capital econômico investindo na indústria e na ampliação de seu exército e de seu poder bélico com novas tecnologias. O nome "Paz Armada" é dado justamente porque os países não estavam em guerra, mas não deixavam de estar em conflito.
O estopim da Grande Guerra se deu em 1914 quando o arquiduque da Áustria, Franz Ferdinand, e sua esposa foram assassinados por um grupo de jovens nacionalistas sérvios em uma visita de inspeção às forças armadas pertencentes ao Império Austro-Húngaro na Bósnia e Herzegovina. O assassinato foi motivado pelo fato de os nacionalistas sérvios acharem que aquele território pertencia a Sérvia, então após várias tentativas frustradas, finalmente o sérvio Gavrilo Princip conseguiu assassinar o casal.
O tiro dado por Princip aumentou as tensões já existentes na Europa e originou uma série de acontecimentos que levariam ao começo de uma guerra. O Império Austro-húngaro acusou o governo sérvio de ter planejado o assassinato. A Sérvia tinha o apoio da poderosa Rússia, país famoso pelo seu grande contingente populacional e por sua vez, exércitos com um número enorme de combatentes. A Áustria então pediu o apoio da Alemanha para se voltar contra a Rússia e seus aliados como a França e possivelmente, o Reino Unido. No dia 28 de julho de 1914 o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia e começaria um dos episódios mais marcantes e violentos da nossa história.
Algumas das muitas batalhas que aconteceram se destacaram pela sua duração e pelo seu número de baixas, a qual podemos citar a Batalha de Verdun que se perdurou por quase um ano, onde mais de 450 mil soldados morreram e a França se saiu vitoriosa contra a Alemanha. E a Batalha de Somme, outra batalha envolvendo a França, mas desta vez contando com apoio do exército britânico para derrotar os alemães. Durou de 1 de julho a 18 de novembro de 1916 deixando mais de um milhão de mortes. Curiosamente nesta batalha, o alemão Adolf Hitler, que não era muito conhecido na época, foi um dos sobreviventes do exército alemão.
Ao longo da guerra, os países europeus foram ficando sem recursos, os alimentos e as armas estavam se esgotando. Nesse contexto que aparecerá os Estados Unidos, nação que lucrou muito fornecendo esses recursos para os países da Entente Cordiale. Apesar de não ter escolhido um lado para aliar-se, continuou com o fornecimento por questões de interesse e proximidade com os países pertencentes àquela aliança.
Essa "ajuda" americana se tornou ainda mais relevante no cenário da Grande Guerra com os pedidos de empréstimos financeiros dos países europeus. Os Estados Unidos via seus lucros aumentarem consideravelmente e o governo estadunidense almejava intermediar um possível tratado de paz entre as nações participantes da guerra, o que seria excelente para sua política.
Entretanto, em razão de uma intensa crise social provocada pelos três anos de guerra na Rússia, começou a faltar alimentos para a população, sem falar das enormes perdas de soldados nas batalhas, criando a necessidade de enviar obrigatoriamente camponeses para o combate. A situação só piorava, com o Czau Nicolau II governando de forma centralista e implementando altas taxas de impostos para uma população que já vivia em situação precária, a Rússia se via em um completo caos social.
Em 1917 o Czau Nicolau II foi deposto do cargo dando lugar a um governo provisório liderado pelo partido liberal-conservador russo, Menchevique. Porém, em outubro do mesmo ano o partido revolucionário bolchevique liderado por Lenin e Trotsky conseguiu assumir o poder, dando início a Revolução Socialista que tirou a Rússia da guerra pelos problemas sociais que estavam passando. Em 1918 foi assinado o tratado de Brest-Litovsk, um acordo de paz com o governo alemão que oficializava a saída da Rússia à guerra, porém a fazia perder muitos territórios para a Alemanha, possibilitando o avanço do exército germânico em diversas regiões e aumentando a sua força perante a Grande Guerra.
O avanço alemão também afetava os Estados Unidos, os navios enviados com suprimentos destinados à Inglaterra foram alvejados em uma emboscada planejada pela Alemanha. Após esses ataques o governo americano precisava intervir, e com a possível derrota da Entente Cordiale, os Estados Unidos poderia perder quantias absurdas de dinheiro que não poderiam ser pagas por esses países em caso de derrota. Assim, em 6 de abril de 1917 os EUA declararam guerra a Tríplice Aliança.
O gigantesco poder bélico americano contava com inúmeros tanques, aviões e navios de guerra, além de um exército enorme que em um curto período na guerra foi destruindo as tropas alemãs e as suas aliadas. Até que em 11 de novembro de 1918 foi assinado dentro de um vagão na floresta de Compiègne, um documento conhecido como armistício de Compiègne, que pôs um fim a Grande Guerra e decretou a vitória da Entente Cordiale.
Com
a Grande Guerra acabada, foi necessário medidas para lidar com o pós guerra. O
Tratado de Versalhes e os 14 pontos de Wilson eram as principais propostas
existentes. A proposta criada por Woodrow Wilson era uma medida pacificadora
que dispensava conflitos entre as nações, já o Tratado de Versalhes, medida que
se sobressaiu, punia a Alemanha culpando-a pela guerra. Assim a nação germânica
sofreu várias sanções como a perda de parte de seu exército e o território da
Alsásia e Lorena, o que gerou revolta da Alemanha e mais tarde provocaria o
começo da Segunda Grande Guerra. Esse tratado também gerou a Liga das Nações,
organização entre os países soberanos da guerra que visava evitar novos
conflitos que resultariam em outra guerra, mas sua última reunião ocorreu em
1946 quando foi destituída.
Os
acordos de paz também decretaram o fim de grandes impérios como o Império Turco
Otomano e o Império austro Húngaro, e também deu origem a outros países,
como a Iugoslávia, a Letônia, Tchecoslováquia, a Estônia e a
Lituânia. Mais tarde uma grande crise atingiria o continente europeu e os EUA
entraria em cena como uma das maiores potências mundiais.
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