AULA 6 (VÍDEO) - O TENENTISMO E O GOLPE DE 1930
O tenentismo foi um movimento de oposição ao domínio das oligarquias cafeeiras na política brasileira. Eram formados por militares do Exército que se denominavam "tenentes" e mantinham ideais positivistas e nacionalistas, buscando a retomada da economia e da sociedade brasileira a partir das Forças Armadas. Contudo, o movimento foi inicialmente ignorado pela presidência, que nem se preocupava em tratar do problema, o que gerou revolta dos participantes do movimento.
Em julho de 1922, durante a campanha eleitoral que em disputa estavam Artur Bernardes, apoiado pelo governo e Nilo Peçanha, apoiado pela oposição, explodiu o primeiro movimento militar dos "tenentistas" chamado de a Revolta do Forte de Copacabana. A situação se agravou quando o jornal divulgou cartas escritas pelo candidato Artur Bernardes as quais acusava o exército e ofendia o marechal Hermes da Fonseca, a quem se referia como "sargentão sem compostura". Após a vitória de Artur Bernardes na presidência, tropas de militares revoltosos se enfureceram nos quarteis, mas o governo conseguiu controlá-los. Porém, a última tropa que era composta por 301 soldados e residiam no Forte de Copacabana, que foi bombardeado pelas tropas do governo. Visto que estavam cercados, o capitão Euclides e o tenente Siqueira Campos, dois dos líderes do movimento, liberou os soldados que não quisessem entrar em combate. Com os soldados que abandonaram e mais o capitão Euclides sendo preso, segundo um jornal da época sobraram 18 homens que participaram do confronto armado, destes só dois sobreviveram, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes que lideraram o a tropa dos soldados restantes, chamada de "Os 18 do Forte".
A revolução de 1924, ocorreu em São Paulo e foi liderada pelo General Isidoro Dias Lopes que organizou uma tropa formada por mil homens que planejavam tirar Artur Bernardes do poder, mas foram derrotados. Após essa derrota formou-se um grupo com os soldados que restaram chamado de coluna paulista, que mais tarde se encontraria com uma ofensiva militar no Paraná liderada por Luiz Carlos Prestes, e daria origem a coluna Prestes.
A coluna Prestes foi uma marcha revolucionária composta por 1000 homens entre eles Luís Carlos Prestes, Juarez Távora e Isidoro Dias Lopes, que defendiam os ideais tenentistas, exigindo reformas na educação pública, voto secreto e melhores condições de vida as camadas mais pobres da sociedade. Eles percorreram 25000km, cruzando vários estados do Brasil e conquistando os governos de cidades do interior. A intenção era atrair o contingente das forças de repressão da capital Rio de Janeiro e enfraquecer o poder de oposição para que pudessem tomar o poder. Foram ao todo 53 conflitos, ganhando todos que que disputaram.
Mas a marcha não obteve o apoio esperado da população, o final do conturbado governo de Artur Bernardes chegou e o grupo não conseguiu arquitetar a tomada do poder. A coluna Prestes se encerrou no dia 3 de fevereiro de 1927 com seus membros se exilando na Bolívia. Luís Carlos Prestes, "O Cavaleiro da Esperança", se assumiu comunista e se tornou um mártir da luta popular brasileira.
Semana de Arte Moderna - 1922
Em 1922, no centenário da independência do Brasil, ocorreu um evento que pretendia transformar o olhar artístico e cultural nacional buscando exaltar a originalidade da arte brasileira, e trazendo uma reflexão a respeito da sociedade e da sua diversificação. As vanguardas deram aos artistas brasileiros um outro olhar artístico, com um leque de novas possibilidades de renovação da arte nacional. E para reinventar esse cenário o movimento modernista brasileiro rompeu com as ideias do academicismo. As principais correntes modernistas foram o Movimento Pau Brasil, Movimento Antropofágico e Movimento Verde-Amarelo.
Mas na abertura do Theatro Municipal de São Paulo às visitações, grandes autores como Anita Malfatti, Victor Brecheret e Di Cavalcanti protagonizaram em suas obras, o povo brasileiro de diferentes formas. Porém houveram críticas às pinturas e esculturas e outras obras apresentadas por fugirem dos padrões conservadores da época.
Mesmo criticada a Semana de Arte Moderna divulgou a arte no Brasil divulgou a arte brasileira contribuindo para uma revolução artística nos próximos anos. Os manifestos de Oswald de Andrade e as principais obras do Primeiro Modernismo como "Memórias Sentimentais de João Miramar", de Oswald de Andrade e "Macunaíma" de Mario de Andrade, marcariam pra sempre essa revolução.
Enquanto isso na política, se deu o fim do governo de Artur Bernardes, que por sua vez conseguiu nomear Washington Luís ao cargo de presidente.
Mas nas eleições de 1930, Washington Luís rompeu o pacto entre os partido republicano Paulista e partido republicano Mineiro, e indicou Júlio Prestes, outro paulista que daria seguimento aos seus ideais políticos. Desapontados com a atitude de Washington Luís, os líderes mineiros formaram uma frente de oposição chamada de Aliança Liberal formada por Getúlio Vargas, presidente de estado do Rio Grande do Sul, e João Pessoa, presidente de estado da Paraíba.
A situação era tensa na República, porém essa iniciativa de revolução não daria em nada. Até que certo dia aconteceria um fato curioso, João Duarte Dantas teve informações pessoais sobre sua relação extra conjugal reveladas por João Pessoa, o que fez Dantas assassinar Pessoa em público. Esse acontecimento foi o que motivou a revolta da Aliança Liberal, que começou a Revolução em 3 de outubro. Com a ajuda de militares, a Aliança conquistou os estados do Nordeste e se preparava para um combate em Minas Gerais, onde dali seguiriam para a sede do governo no Rio de Janeiro.
Mas para evitar o conflito que prometia ser o maior das Américas, a revolução acabou em 24 de outubro de 1930, com o presidente Washington Luís renunciando o cargo e entregando o poder a Getúlio Vargas, concluindo o golpe de 1930 e dando início a um mandato de 15 anos do presidente.
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