AULA 4 - O GOVERNO DE DEODORO DA FONSECA E O GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO
Um dia depois da Constituição de 1891, houve uma eleição indireta para eleger o presidente e vice-presidente, cujos candidatos eram Deodoro da Fonseca e Prudente de Morais para a presidência e Floriano Peixoto e Eduardo Wandenkolk para a vice presidência. Os parlamentares votaram e o resultado da eleição terminou com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto no governo, sendo eles de chapas eleitorais diferentes.
O governo de Deodoro foi marcado pelo seu autoritarismo exacerbado que em pouco tempo de governo provocou uma crise política no país. Existia ainda o conflito entre os apoiadores de Deodoro (deodoristas) e os apoiadores de Floriano (florianistas) que contribuíram ainda mais para essa crise.
Deodoro acabou nomeando antigos membros da monarquia que se converteram ao republicanismo, chamados de "indenistas", para cargos do governo. Essa ação gerou insatisfação dos parlamentares, que passaram a intervir para retirar poderes do presidente. Deodoro decidiu então fechar o Congresso Nacional, violando termos da Constituição de 1891 e quase provocando uma guerra civil no país. A população se revoltou e resistiu à decisão do presidente e a Armada (marinha) apontou os canhões dos navios de guerra para a cidade do Rio de Janeiro, ameaçando bombardear a capital se Deodoro não reabrisse o Congresso e renunciasse ao cargo de presidente.
Em 23 de novembro de 1891, depois de um acordo feito com as oligarquias paulistas, o vice Floriano Peixoto assumiu a presidência ilegalmente, pois segundo a Constituição, neste caso deveria existir uma nova eleição, mas os parlamentares ignoraram a lei visando a estabilidade do país.
Floriano Peixoto era melhor político que Deodoro da Fonseca, apesar de também manter uma postura autoritária e centralizadora ele tinha apoio das camadas de baixa renda por suas ações para tentar suavizar o impacto da Crise do Encilhamento e equilibrar o cenário econômico. Mas no âmbito da política, a disputa era grande, o presidente sofria muita pressão dos deodoristas e dos militares, sendo estes últimos demitidos de seus cargos pela oposição à Floriano.
Floriano Peixoto não quis que o Legislativo interferisse em suas decisões e fechou o senado e a Câmara dos Deputados, se tornando ainda mais centralizador. Essa postura foi um dos fatores que instigaram o começo de duas grandes revoltas no governo de Floriano: a Revolta da Armada e a Revolução Federalista.
Devido a insatisfação da Marinha com a República, em 1893 originou-se outra revolta e novamente a Armada aponta os canhões dos navios de guerra ao Rio de Janeiro, mas desta vez a capital foi bombardeada durante várias semanas. Precisou haver intervenção da Marinha norte-americana, que acabaram expulsando os revoltosos e os forçando a fugir.
A Revolução Federalista foi um conflito entre oligarquias do estado do Rio Grande do Sul. O grupo chamado de Partido Federalista, que tinha como líder Gaspar Silveira Martins, disputava a posse do estado com o presidente do estado e líder do Partido Republicano Rio-grandense, Júlio de Castilhos. Cerca de três mil homens armados invadiram o território do Rio Grande do Sul e após muitas batalhas com as tropas enviadas pelo presidente, os federalistas conquistaram o estado e mais tardar as capitais de Santa Catarina (Desterro) e Paraná (Curitiba). Após esse avanço eles pretendiam invadir o estado de São Paulo, mas o presidente do estado ficou alerta e conseguiu se defender.
Os federalistas ainda se uniram com um grupo de soldados que conseguiram fugir depois da Revolta Armada para ajudar no combate, mas devido a conflitos internos entre eles o grupo acabou se desentendendo. Aproveitando-se desse desentendimento os florianistas puderam avançar e ganhar território em relação aos federalistas. Aconteceu então, uma batalha na cidade de Lapa, no Paraná, onde vários federalistas foram mortos. Após ganharem a batalha os florianistas montaram defesas no Sul do país, recuperando a cidade de Desterro em mais um episódio violento. O nome da cidade foi mudado para Florianópolis, que significa "cidade de Floriano", em homenagem ao presidente.
A batalha derradeira dos federalistas aconteceu já na posse de Prudente de Morais em 1894, na cidade de Santana do Livramento, onde milhares de federalistas foram mortos e outros fugiram do país em um episódio chamado de Combate do Campo Osório. Essa batalha foi a última da revolução que marcou a história sendo uma das mais violentas já acontecidas no Brasil.
Como dito acima, o sucessor de Floriano Peixoto foi Prudente de Morais, em uma eleição organizada por oligarquias paulistas que, apesar de não serem contra Floriano, optaram por eleger outro presidente. Prudente de Morais ganhou com cerca de 90% dos votos e Floriano acabou tendo que transferir a presidência contra a sua vontade, não comparecendo nem a cerimônia de posse do novo presidente.
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